Brasil lidera ranking de encargos trabalhistas

A desoneração da folha de pagamentos para 56 setores da economia, que vigorou até o fim de 2015, não foi suficiente para tirar do País a liderança no pagamento de encargos trabalhistas. É o que apontou pesquisa da UHY Moreira-Auditores, realizada em 29 países com economia desenvolvida e em desenvolvimento. 

No Brasil, as empresas pagam 71,4% do salário dos funcionários em encargos como INSS, contribuição ao FGTS e demais benefícios trabalhistas obrigatórios, número que não se alterou na comparação com 2012. Na média global, essa porcentagem é de 20,5%, com queda de 5% nos últimos três anos.

Marcello Reis, gerente de desenvolvimento de negócios da empresa, comenta que o resultado foi até surpreendente porque havia a expectativa de que a desoneração da folha de pagamentos tivesse reduzido um pouco o peso dos encargos sobre salários. Mas, como a aplicação não foi generalizada, não apareceram os efeitos desejados.

Além disso, a desoneração – que começou para alguns setores em 2011 – substituiu a contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamentos por uma alíquota de 1% a 2% sobre o faturamento. No ano passado, como parte do ajuste fiscal, as alíquotas subiram entre 2,5% a 4,5% e a medida se tornou facultativa. Para Reis, como na prática essa elevação quase encerrou o benefício, dificilmente haverá maior impacto na próxima pesquisa.

 

Fonte: Valor Ecônomico